domingo, 13 de janeiro de 2013

ADOÇÃO E SALA DE AULA

Um coleguinha pergunta a sua colega de classe:

- É verdade que você é adotada?
- É sim! E sou muito feliz porque tenho uma família que me ama!
- E como é ser adotada?
- Ah, nem sei te explicar. Deve ser igual como não ser, desde que se sinta amado e respeitado.
- E teus pais verdadeiros, onde estão?
- Pais verdadeiros?? Não existem pais verdadeiros ou pais falsos. Existem pais que te desejam, que te acolhem e que te respeitam.

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Adotar uma criança é uma forma de ter filhos. É ir além dos trâmites legais e assumir o princípio da Proteção Integral assegurado pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). É ter um filho em todos os aspectos que envolvem uma filiação. É respeitá-lo, amá-lo, acolhê-lo e compreendê-lo cotidianamente com muita responsabilidade e afeto.


O Estatuto da Criança e do Adolescente, em seu artigo 41, dispõe: “A adoção atribui a condição de filho ao adotado, com os mesmo direitos e deveres, inclusive sucessórios, desligando-o de qualquer vínculo com pais e  parentes, salvo os impedimentos matrimoniais.” (ECA, 2005)

Professores e amigos leitores deste blog:

Reveja os seus conceitos sobre a adoção, para que o modelo convencional de família - homem e mulher que geram filhos - não seja o único núcleo familiar relevante a ser abordado e compreendido na sociedade e, especialmente, no mundo escolar, em suas salas de aula.

Desvele mitos e vença barreiras:

• Os filhos por adoção têm assegurados os mesmos direitos e deveres que os filhos biológicos;
• Uma criança não apresenta dificuldades de aprendizagem porque é filha por adoção. Isso pode acontecer por diversos fatores – falta de afetividade, de sentimento de pertencimento, de  proteção e de comprometimento  – possíveis de serem provenientes tanto de uma família constituída pela consanguinidade quanto por afinidade.
• Toda criança requer limites para ter uma formação integral adequada. Não aja diferentemente por se tratar de um filho por adoção.
• Não relacione “pais verdadeiros” com pais biológicos e “pais falsos” com pais adotivos. Não existem pais verdadeiros ou pais falsos, e sim, pais que adotam, amam, respeitam e desejam cotidianamente os seus filhos.
• Desconstrua a frase “filho do coração” para designar um filho por adoção, pois isso já gerou conflitos para uma criança que pensou ter nascido literalmente desse órgão. Todos nós crescemos na barriga de uma mulher, indiferentemente se ela é a pessoa que representa a figura  materna ou não.

Agora, o que você pensa sobre a  adoção? Deixe seu comentário...

2 comentários:

  1. Carlos, boa tarde!
    Vim conhecer seu blog devido ao comentário que você deixou no blog Adoção Tardia e já gostei muito do que vi!
    Achei excelente esta postagem. Eu tenho 3 filhos adotivos e nos quase 16 anos em que sou mãe já vivenciei momentos de grande orgulho nas vezes em que minha filha mais velha conversou com os amiguinhos falado de sua filiação de forma bem próxima ao exemplo com o qual você inicia sua postagem. Também vivenciei um momento muito ruim com uma professora preconceituosa e sem nenhum tacto para lidar com o tema adoção, nem tampouco com um aluninho que se orgulhava de ser filho adotivo. A atuação desta professora foi devastadora na vida do meu filho. Nosso problemão foi gerado justamente na abordagem dos tipos de família existentes.

    Trazer este assunto de modo livre e cheio de informações como você fez ajuda muito a abrir mentes, ajuda a diminuir a visão distorcida e preconceituosa que muita gente, inclusive na área da educação, tem sobre adoção, pais e filhos adotivos.

    Tenho no meu blog dois textos que falam sobre esta questão da familiarização da adoção nas escolas e a situação do aluno adotivo ou abrigado.
    Caso deseje dar uma olhada, seguem os links:

    http://adocaoamorverdadeiro.blogspot.com.br/2010/04/escola-e-o-aluno-adotivo-ou-abrigado.html

    http://adocaoamorverdadeiro.blogspot.com.br/2012/06/familiarizando-adocao-nas-escolas-dicas.html

    Parabéns pelo blog e sorte na sua caminhada.
    Estou linkando seu blog.

    Abraços adotivos e até mais!

    Cláudia

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    1. Olá, Cláudia, boa noite!
      Fico feliz em saber que você gostou da postagem. Fui professor durante anos e agora atuo na área de Orientação Educacional e durante esses anos presenciei muitas situações parecidas com as que você citou. Isso realmente me incomoda bastante. O despreparo de profissionais ainda é muito grande e quem sofre com tudo isso são os pequeninos. Mas com uma família estruturada e com muito amor, todas essas dificuldades são superadas por eles e por nós.

      Estou iniciando meu processo de habilitação para adoção e estou completamente encantado com esse mundo. Se tivesse contato com todas essas informações antes, já teria tomado a decisão há muito tempo.

      Não vejo a hora de conhecer meu filho e doar todo o amor que guardo há anos para ele.

      Obrigado também pelas dicas dos textos, vou lê-los agorinha mesmo!

      Grande Abraço e até mais!

      Carlos Alberto

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